quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Existência, Imortalidade e outras percepções.

Penso, logo existo.
Não é só uma frase boba para começar um pensamento que desejo tecer na sua cabeça.

O que quero é sugerir que o Pensar, dessa forma, semeia minha sensação de existência.
Se o pensar é meu, meus pensamentos formam minha existência, ou seja: Eu sou meus pensamentos, também.
Todos concordam que pensamentos são sementes lançadas ao etéreo.Podem ser semeadas, podem morrer.

Estou me enrolando? Pois é.
Vim aqui para complicar, não para explicar. Explicações limitam, e limites são inúteis. UAU.

Hoje pela manhã, entre um e outro fio de pensamentos, decidi adubar essas sementes, antes despejadas na gaveta escura do caos que é minha cabeça.

O que quero dizer é que, no meu reflexo em uma caneca de café preto, vislumbrei a evidência cintilante de que meus limites se estendem às coisas às quais exerço controle. Óbvio. Mas sendo assim, eu não sou só o que sinto (com meus sentidos) ser, mas tudo aquilo que sobre o qual trabalho ou infuencio. Sou também o pensamento das outras pessoas sobre mim, e sou a soma e a divisão disso pelo que eu acho que sou, e por "fim" sou tudo aquilo que é atribuído a mim.

Assim sendo, minha existência tende ao infinito quando os pensamentos que são imbuídos à minha existência, se estendem e se enraízam pelo espaço e pelo tempo.

Uma vez que:
- O infinito é divisível pelo infinito resultando em infinito;
- O espaço é infinitamente divisível;
- O abstrato e o concreto são infinitamente divisíveis;
- O espaço não existe sem seus limites;
- Limites não existem sem espaços;
- E finalmente, Espaço não existe sem aquilo que é Concreto.

Ok. Aulas de filosofia kantianas baratas à parte, quero dizer que sou imortal desde que aquilo que seja atribuído a mim exista.

A vida é uma condição do abstrato. A existência - a presença - é uma condição do concreto.
Existência e o que compreendemos como vida são coisas totalmente distintas.
Tudo aquilo que está morto, existe. Está presente. Pensamentos e idéias não morrem.
Apenas se desprendem do conhecimento e da percepção.

Mas o que convencionamos acima ser o que sou, não morre. Jamais, pois, ainda que fora da percepção, existo no espaço.

Quando o mecanismo capaz de dinamizar por si mesmo a própria existência deixar de existir na forma convencional, se dirá que morreu, mas tanto quanto o infinito de unidades que nos separam das outras coisas e que formam o que compreendemos como espaço, esse indivíduo existirá no universo.

Bah! Acabou o café. Voltarei ao meu trabalho.